Aline Rosa é sócia proprietária do Sharong Gastronomia, tem 39 anos, casada e mãe de uma filha de 8 anos. É formada em Direito, com pós-graduação em Direito Ambiental. Sua história de solidariedade começou no dia 1º de maio, quarta-feira, quando recebeu um chamado de uma família que a casa estava praticamente alagada. Aline, então, separou roupas, mantimentos, agasalhos, cobertas e foi ajudar.
Depois disso e analisando que a situação estava crítica, percorreu alguns abrigos e, na Igreja Santa Catarina, montou dormitórios e organizou doações para as vítimas da enchente.
- No dia 2 de maio, comecei a mobilizar o Piquete Braseiro, grupo criado para confraternização de amigos. Eles começaram a arrecadar todo o tipo de ajuda e o grupo foi aumentando com várias pessoas querendo entrar para se conectar e ajudar. A primeira ajuda foi direcionada para a Vila Fighera, que auxiliamos desde a limpeza, arrecadação de mantimentos e roupas.
No local, Aline e demais voluntários montaram um ponto de arrecadações em um salão da Vila, que estava coberto de lama. Após, no final de semana dos dias 3 e 4, Aline relata que havia em torno de 35 voluntários ajudando, indo na casa dos moradores, separando roupa e registrando o que todo mundo precisava.
- Fomos de casa em casa, conversando com as famílias para saber quais eram as maiores necessidades, o que foi possível aproveitar e o que não tinha mais aproveitamento. Catalogamos com fotos e dados da família. Foi feita uma lista dos utensílios domésticos e móveis que precisavam ser arrecadados e, no dia 14 de maio, já começou a distribuição dos mesmos. Faltando poucos itens da lista, a maior dificuldade é a aquisição de roupeiros.
Após o trabalho na Vila Fighera, ela seguiu com auxílios nos bairros Lorenzi e Urlândia, assim como em residências isoladas e de difícil acesso.
- Um recado que eu posso dar para o povo santa-mariense, para o povo gaúcho, é que a união do povo faz a força. O povo unido consegue se mobilizar muito mais do que ele imagina. A força dele é o que está fazendo a diferença nesses momentos. A rede que criamos de ajuda, de confiança, para suprir a necessidade do outro, que surgiu por causa de uma calamidade horrível, ao mesmo tempo, é linda pois mostrou cada vez mais a força do povo gaúcho de superação, empatia e resiliência. E tenho certeza que nos reerguermos mais fortes! Pode demorar um pouco, mas no final tudo dará certo! O bem sempre vence! E a espiritualidade está ajudando cada um de nós que está aqui para fazer o bem para todos que estão precisando nesse momento!
Aline Rosa exemplifica um dos muitos heróis anônimos que emergiram durante o período desafiador após as enchentes em Santa Maria. Sua iniciativa e dedicação incansáveis, desde o primeiro chamado de socorro até a mobilização de voluntários e a distribuição de doações em diversos pontos da cidade, destacam-se como um farol de esperança e solidariedade.
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